quarta-feira, 25 de julho de 2012

O homem diante do oculto

O cordel "O homem diante do oculto" é uma obra ainda em construção. Sua intenção é propor uma reflexão  ontológica sobre o ser do homem, de modo que a trama narrativa seja apresentada abstratamente como um pano de fundo para as reflexões quanto ao sentido da vida humana. Partindo da infância... outros capítulos virão.

sábado, 21 de julho de 2012

Qan’t icon do(i)s Kant icons Inconsoantes

Esse é o meu livro de poemas mais experimental. Foi composto para atingir uma proposta verbi-voco-visual, como teorizam os irmãos Campos. Faltando ainda as experimentações sonoras, exploro aí a capacidade de pulverização do grafema de modo que as sílabas ou letras fragmentam-se e colidem multiplicando as possibilidades de significados.

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Autorretrato


Toda biografia almeja ser uma casa de vidro. Exibir utopicamente o autor em pura transparência – tropeçando sempre na opacidade. A do corpo e a da própria linguagem. Nascido potiguar, à luz da estrela d’alva, em 29 de abril de 1969, trago comigo a marca da ambigüidade. De pais morenos, de pele negra, tenho – por herança de avós – a pele branca, sardenta e os cabelos ruivos. Especialmente minha infância foi dividida entre a capital ensolarada e lambida pelo mar (onde nasci) e o sertão áspero e ardente (terra de meu pai). Mais estudante que estudioso tive a virtude secreta da curiosidade. Com ela, descobri mais do que aprendi. Quando não descobria, inventava estórias. Arte que aprendi, aos pedaços, de pais, tios e avós. Contadores de casos e acasos – todos a “mais pura verdade” mas sempre “absurdos”. Entre a escola pública e as Quintas (bairro de periferia) cresci. A UFRN deu-me as Letras; e a PUC de São Paulo, a Semiótica. A primeira iniciou-me na arte de ler; a segunda na arte de ver. A somatória de ambas resulta na criação – que é a arte de pensar. A matéria da criação vem do que pulsa, como é o caso dos dez anos vividos em São Paulo. Atualmente, Voltando a Natal, lecionei no Colégio Nossa Senhora das Neves a disciplina de literatura infantil e juvenil, no ensino fundamental. Experiência que me permitiu desenvolver a outra face da criação: a arte de contar estórias. Posso, por isso, dizer-me profissionalmente um “estoriador”. No mais sou um amante das palavras e dos nomes, o que me aproxima da poesia. Vejo na sorte de todos os nomes a poesia inscrita. A título de exemplo posso citar o nome do meu pai, Francisco Albino, cuja menção ao branco contrasta com o fato de ser negro. Minha mãe, Margarida Celenísia, e minhas avós Cosma Generosa e Maria Dionísia são verdadeiros poemas concretizados na matiz do corpo. Minha obra é toda inédita e não tenho pudores de proclamar essa virgindade. 

Edilberto Cleutom dos Santos

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