PAREDINHA PAREDÃO
– Pai, conta uma história.
– De quê?
– De paredinha paredão.
– E o que é isso?
– Aquela parede que eu subo,
quando vou lá pra vovó.
– E essa agora!!! Vamos tentar.
Era uma vez uma menina...
– Era eu?
– Era. Ela se chamava Júlia. Todo
dia ela subia naquela calçada alta que parecia um paredão. Mas quando ela
estava lá ensina ela se assustava e começava a dizer: “tô com medo, tô com
medo, tô com medo”.
– É porque é muito alto, pai.
– Mas mesmo tendo medo ela pedia
todo dia pra subir de novo. Só que um dia ela subiu e começou um vento forte a
sopra: FUUHUUU! FUUHUUU! FUHUUU! E o que foi que aconteceu?
– Ela saiu voando.
– Exatamente. Ela voou, e voou, e
voou. Feliz da vida ela gritava: “estou voaaandoooo!” Mas aí ela percebeu que
sabia como descer e começou a ficar com medo de novo. “Quero descer, alguém me
ajude!” E quem é que ia ajuda-la?
– Você, pai!
– E eu entro na história.
– É. Você não é meu pai. Você tem
que me salvar.
– Tudo bem. Aí eu corri pra
ajudar. E comecei a pular, pular, e pular. Até que eu consegui pegar na mão
dela. E puxei pra baixo.
– E aí ela voltou pro chão.
– Foi. E depois disso?
– Depois ela queria voar todo dia
pai!
– E eu tinha sempre que salvar?
– É porque ela é criança. Um dia
ela vai aprender a descer sozinha.
Edilberto C. e Júlia Santiago.
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